O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quinta-feira, 5, que enviou R$ 2 milhões para o filho Eduardo Bolsonaro “não passar necessidade” nos Estados Unidos. A declaração ocorreu após depor por cerca de duas hora na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília (DF).
Bolsonaro foi convocado pela corporação para depor no inquérito que apura a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro nos EUA contra autoridades brasileiras.
O ex-presidente ainda garantiu: “botei dinheiro na conta dele, bastante até, dinheiro limpo, legal, até Pix”.
A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu a abertura de investigação contra Eduardo Bolsonaro por ver indícios de que o ex-presidente tenha sido beneficiado diretamente pelas ações do filho em solo norte-americano.
De acordo com o órgão, Bolsonaro chegou a dizer que ajudaria a bancar a permanência do filho nos Estados Unidos.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que viu “evidências” de que o deputado licenciado estaria buscando “interferir no andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal, em curso contra o senhor Jair Bolsonaro e aliados”. Além disso, afirmou que há indícios de que o parlamentar licenciado estaria cometendo crimes como obstrução, coação no curso do processo e atentado à soberania do Brasil.
Bolsonaro é réu de uma ação no STF, que tem como relator o ministro Alexandre de Moraes, sobre uma suposta organização criminosa que teria coordenado um golpe de Estado para manter o ex-presidente no Poder, após ser derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.
Para a PGR, Eduardo Bolsonaro estaria articulando sanções nos EUA com o intuito de “coagir” Moraes. O deputado licenciado chegou a dar declarações na imprensa estadunidense e esteve presente em agendas de congressistas americanos e membros do governo Trump para impor medidas contra o magistrado brasileiro.