13 de junho de 2025

Não pare o som do Player, use o botão Voltar <- e Avançar -> do seu navegador

logo-275x210-1

Globo estreia novela com cenas gravadas em Paulo Afonso e região

Postado por:

Guerreiros do Sol, nova novela original Globoplay, se passa no sertão nordestino nas décadas de 1920 e 1930, e é livremente inspirada na vida de Lampião e Maria Bonita e de muitos outros casais de cangaceiros da época. Para imprimir a realidade da região na tela, a produção teve cenas gravadas em cidades do interior da Bahia e Alagoas. Saiba mais no vídeo acima!

Em entrevista ao gshow, Mirica Vianna, produtora de arte da novela, explica a escolha das locações.

“As cidades foram escolhidas em função da ‘seca’. Precisávamos daquela aridez do sertão. Nada de verdes deslumbrantes e, sim, o oposto. A terra dura e vermelha. A Caatinga, o Cerrado em algumas áreas. A vegetação da região, as diversidades de cactos e seus espinhos, o cacto mandacaru, o xique-xique e facheiro, as árvores torcidas”, destaca Mirica.

 

Cenografia e produção de arte de Guerreiros do Sol reproduz o Cangaço nas décadas de 20 e 30 — Foto: Estevam Avellar/Globo

Cenografia e produção de arte de Guerreiros do Sol reproduz o Cangaço nas décadas de 20 e 30 — Foto: Estevam Avellar/Globo

“Esse projeto nasce de um desejo nosso de tratar do universo do Cangaço, mais especificamente desse casal emblemático que é Lampião e a Maria Bonita. É uma história muito brasileira e que pode ser contada e recontada, como são as grandes histórias do nosso país. Queremos trabalhar com a genealogia, não da ferocidade, mas da afetividade. Então estamos contando uma história de amor, que se dá no meio de uma guerra, que é a guerra de formação do Brasil moderno, quando o Estado não ocupa os espaços, e a lei passa a ser a do mais forte”, define o autor George Moura.

Guerreiros do Sol, terceira novela Original Globoplay, traz releitura do cangaço

Saiba mais

Mais de dois meses no Sertão

 

Guerreiros do Sol tem cenas gravadas em cidades da Bahia e Alagoas — Foto: Estevam Avellar/Globo

Guerreiros do Sol tem cenas gravadas em cidades da Bahia e Alagoas — Foto: Estevam Avellar/Globo

Para que essa história pudesse ser contada, Guerreiros do Sol foi gravada durante oito meses em 2023. Foram seis meses nos Estúdios Globo e em externas no Rio de Janeiro, e mais de dois meses no Sertão, em locações próximas às cidades Piranhas e Delmiro Gouveia, em Alagoas, e Canudos e Paulo Afonso, na Bahia.

Piranhas e Delmiro Gouveia, em Alagoas, têm relação direta com o cangaço. A cidade de Piranhas se tornou marco na história do cangaço devido à morte de Lampião e seu bando na Grota do Angico, perto da cidade, em 1938. Depois do assassinato, as cabeças de Lampião e Maria Bonita foram expostas em Piranhas. A região de Delmiro Gouveia fazia parte da rota de atividades dos cangaceiros, incluindo o comércio de couros.

Guerreiros do Sol: figurino da novela original Globoplay conta com cerca de 9 mil peças

Saiba mais

“Estivemos no local em que Lampião foi assassinado, pode imaginar? E um guia historiador nos fazia voltar ao tempo. Para nossas pesquisas foi riquíssimo, saber de detalhes e até ‘fofocas’ da época … Encontramos uma locação com pedras gigantes, rochas claras com formatos diferenciados, um local de fuga e esconderijo ao mesmo tempo, onde os cangaceiros viviam a maior parte do tempo e estavam sempre em movimento”, lembra Mirica Vianna.

Guerreiros do Sol tem cenas gravadas em cidades da Bahia e Alagoas — Foto: Estevam Avellar/Globo

Guerreiros do Sol tem cenas gravadas em cidades da Bahia e Alagoas — Foto: Estevam Avellar/Globo

A cidade de Paulo Afonso, na Bahia, teve um papel significativo no cangaço, sendo um dos principais centros de recrutamento de cangaceiros e um local de passagem importante para Lampião. Canudos, por outro lado, é conhecida pela Guerra de Canudos, um conflito que não se relaciona diretamente com o cangaço, mas que teve características semelhantes, como a resistência camponesa contra as forças do governo. A Guerra de Canudos foi um confronto armado que ocorreu entre 1896 e 1897, no sertão da Bahia, envolvendo os habitantes do arraial de Canudos e o Exército Brasileiro.

“Acredito que a escolha se deve ao valor histórico que a região possui sobre o tema tratado pela novela, pela riqueza e a importância do seu bioma, que além de cenário é parte fundamental no desdobramento de fatos ocorridos, e ainda por proporcionar planos cinematográfico que trazem para o público boa parte dos locais exatos onde a história se passou”, explica o cenógrafo Bruno Freitas, que trabalhou em conjunto com o cenógrafo titular Alexandre Gomes.

Cenografia e produção de arte de Guerreiros do Sol reproduz o Cangaço nas décadas de 20 e 30

Saiba mais

Tanto Piranhas quanto Delmiro Gouveia, quanto Paulo Afonso ainda fazem parte da Rota do Cangaço, um circuito turístico que explora a história do cangaço.

Cenografia e produção de arte de Guerreiros do Sol reproduz o Cangaço nas décadas de 20 e 30 — Foto: Estevam Avellar/Globo

Cenografia e produção de arte de Guerreiros do Sol reproduz o Cangaço nas décadas de 20 e 30 — Foto: Estevam Avellar/Globo

Para Bruno, contar a história de onde ela aconteceu foi muito enriquecedor. “Ouvindo os relatos, entendendo a dureza imposta pela natureza, entre tantas outras percepções possíveis, além de trazer realismo pra série, nos abasteceu de informações valiosas para produzirmos o restante da história nos Estúdios Globo e nas locações do Rio de Janeiro, trazendo ainda mais realismo ao que foi gravado aqui”.

Mas sabe o que mais chamou a atenção da equipe? Para Bruno, sem dúvida, foi a Caatinga. “A diversidade da flora com uma variedade de espécies de cactos e seus nomes curiosos, com formas e tamanhos que pareciam esculturas, formando massas e vazios, certamente a riqueza desse bioma foi algo muito impactante, e para cenografia especificamente, um grande desafio, pois tínhamos a missão de reproduzir fragmentos desse bioma nos Estúdios Globo e em locações no Rio de Janeiro. As diversas grutas que serviam de abrigo e de esconderijo, também impressionavam por sua beleza”.

“As cenas gravadas na viagem são imbatíveis por conta da beleza do local, onde também construímos e recuperamos casebres e fazendas para as gravações, a cidade cenográfica certamente pode ajudar a transportar o público pra época, mas as cenas de batalhas e os acampamentos, resumem bem a realidade vivida por aqueles personagens”, destaca Bruno.

 

Guerreiros do Sol tem cenas gravadas em cidades da Bahia e Alagoas — Foto: Estevam Avellar/Globo

Guerreiros do Sol tem cenas gravadas em cidades da Bahia e Alagoas — Foto: Estevam Avellar/Globo

Quase 100 profissionais no Nordeste

 

Daniel de Oliveira e Alinne Moraes nos bastidores de Guerreiros do Sol — Foto: Estevam Avellar/Globo

Daniel de Oliveira e Alinne Moraes nos bastidores de Guerreiros do Sol — Foto: Estevam Avellar/Globo

Nesse período, a equipe envolvida na obra – formada por quase 100 profissionais de diferentes áreas – e boa parte do elenco – que conta com cerca de 50 atores e atrizes – precisou ser deslocado para o Nordeste.

“Guerreiros do Sol desafiou a produção com a necessidade de retratarmos a estética de um sertão de 1930 em imagens. A parte gravada no Rio de Janeiro nos colocou o desfaio de buscarmos áreas inóspitas para conseguir essa fotografia. De alguma forma, o calor e a poeira passaram a fazer parte do nosso dia a dia nas externas cariocas e em nossa cidade cenográfica nos Estúdios Globo – cenário decisivo dessa ambientação. Puro suor e terra vermelha”, conta a produtora Juliana Castro.

Elenco, autores e diretor artístico revelam curiosidades sobre Guerreiros do Sol

Saiba mais

“Depois de alguns meses de gravações, seguimos para o Sertão Nordestino com uma equipe de 150 pessoas para mergulharmos na verdadeira caatinga. Fomos com mais de 10 caminhões transportando figurino, objetos da cenografia e produção de arte. Uma logística complexa feita em pequenas cidades que foram preparadas para nos receber”, explica.

Cenografia e produção de arte de Guerreiros do Sol reproduz o Cangaço nas décadas de 20 e 30 — Foto: Estevam Avellar/Globo

Cenografia e produção de arte de Guerreiros do Sol reproduz o Cangaço nas décadas de 20 e 30 — Foto: Estevam Avellar/Globo

Juliana ainda revela alguns desafios da produção. “Em Canudos, na Bahia, por exemplo, todas as locações só podiam ser acessadas com pick-ups com tração 4X4, eram mais de 20 caminhonetes por dia para comportar toda nossa operação. O resultado disso foi de muito orgulho para gente. Uma ambientação realista, resultado de muito trabalho feita com o apoio do povo nordestino. Foi uma grande jornada”.

Elenco nordestino

 

Markus Conká é Ezequiel em Guerreiros do Sol — Foto: Globo/Estevam Avellar

Markus Conká é Ezequiel em Guerreiros do Sol — Foto: Globo/Estevam Avellar

Além de gravar em cidades do Nordeste, o elenco também foi composto por atores da região. A preparadora de elenco Andreia Cavalcante conta como foi a escolha: “A gente tem atores da Bahia, de Pernambuco, do Rio Grande do Norte, da Paraíba, do Ceará, entre outros lugares. Eles trazem um frescor e uma verdade que são muito importantes para a história”, diz.

Guerreiros do Sol: conheça o elenco da nova novela original Globoplay

Saiba mais

“‘Guerreiros do Sol’ é uma obra que fala deles, de todos eles, porque o Nordeste é uma região enorme, muito rica em diversidade. Todos trazem uma energia muito forte, vibrante e uma alegria de poder estar contando essa história. Uma apropriação muito grande da história, da forma de falar, na forma de contar a história”, destaca Andreia.

Larissa Góes vive Petúnia em Guerreiros do Sol — Foto: Estevam Avellar/Globo

Larissa Góes vive Petúnia em Guerreiros do Sol — Foto: Estevam Avellar/Globo

Larissa Góes, que vive Petúnia, conta o quanto as locações foram importantes também para o elenco. “A gente gravou em Alagoas, na Bahia, Canudos da Bahia… Cada lugar tem sua especificidade, tem uma história ali de uma coisa, uma casa onde morou uma família, saber que um cangaceiro esteve lá nessa família, que teve uma destruição enorme…”

“A gente também fez a rota do cangaço em Sergipe, a gente viu onde os cangaceiros estavam nesse momento que eles foram pegos, que Lampião morreu, sabe? Você estar ali, olhando para os lugares, pegando nas texturas e identificando tudo que a gente está contando agora, tudo bem que é uma inspiração, mas é muito forte você estar com essas referências do lugar, do clima, da cultura, esse peso mesmo da dramaturgia acaba vindo com muito mais intensidade”, destaca Larissa.

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *