23 de novembro de 2024

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Lula chega a Europa nesta quinta para reunião do G-7; confira a agenda do presidente

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Por Agência de Notícias RBN
Fonte: Bahia.ba
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, nesta quinta-feira (13), da 112ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), na Suíça e da Cúpula do G-7, na Itália. O presidente terá encontros reservados com o papa Francisco e ao menos quatro outros líderes mundiais – de França, Índia, África do Sul e União Europeia. Ele evitou participar de uma reunião global patrocinada pela Ucrânia para discutir sua proposta de paz na guerra contra a Rússia.

Segundo matéria do Estadão, os compromissos públicos de Lula se estendem até a sexta-feira (14). O presidente desembarca primeiro na Suíça, onde discursa e co-preside o fórum de inauguração da Coalizão para Justiça Social, na OIT, em Genebra. Ele deve falar sobre a iniciativa de promoção do trabalho digno, lançada em conjunto com o presidente dos EUA, Joe Biden, no ano passado. A experiência tem como objetivo estimular empregos de qualidade, a igualdade salarial entre homens e mulheres e promover direitos trabalhistas. Embora Lula esteja em território europeu, o Palácio do Planalto rejeitou o convite da Ucrânia para que ele estendesse permanência no continente e participasse da conferência de paz, realizada neste final de semena, na região de Lucerna, também em solo suíço. O Brasil deve ser representado pela embaixadora Cláudia Fonseca Buzzi, representante do País na Suíça.

A viagem de Lula à Itália será marcada pelos encontros bilaterais previstos para acontecer e também pelos que estão fora dos planos. O tema principal da reunião em que Lula vai discursar é Inteligência Artificial, Energia, África e Mediterrâneo. O encontro deve durar três horas e meia. O papa, que segundo o governo brasileiro, atendeu ao pedido de uma reunião com o presidente, deve ser o primeiro a discursar. Os líderes vão participar ainda de uma foto conjunta e de um banquete oferecido pela anfitriã, em Borgo Egnazia. A agenda do petista inclui ainda, reuniões separadamente, com diversos lideres mundiais como, Emmanuel Macron, da África do Sul, Cyril Ramaphosa, com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Todos os quatro já se encontraram com Lula no ano passado, e passam por tensões políticas, Todos os quatro estiveram com Lula no ano passado, e passam por tensões políticas, com resultados eleitorais adversos internos. O presidente deve discutir com Macron e Ursula o resultado das eleições para o Parlamento Europeu, onde a extrema direita avançou, e assuntos econômicos, como o Acordo Mercosul-União Europeia. Modi e Ramaphosa são líderes políticos de países parceiros no Brics e no fórum tripartite Ibas (Índia, Brasil e África do Sul), que sofreram reveses em eleições parlamentares recentes, embora sigam no poder.

Frente a Frente com Milei?

Outro encontro previsto para Lula na Itália será com o presidente argentino, Javier Milei, sendo a primeira vez que os adversários políticos se encontram. Os dois porém, não possuem nenhuma reunião paralela. Segundo o Itamaraty, Milei não formalizou nenhum pedido do tipo. Em ao menos duas cartas, Milei já manifestou intenção de conversar com Lula. O argentino tem ficado sem resposta. Eles protagonizaram embates e provocações no ano passado, durante a campanha eleitoral argentina – Milei chegou a desdenhar de uma reunião de trabalho com o petista. Depois de eleito, deu sinais de que buscaria uma aproximação pragmática, algo ainda visto com desconfiança pelo Planalto.

A Casa Rosada informou que Milei viajará acompanhado apenas de sua irmã, Karina Milei, secretária-geral da Presidência argentina. A chanceler Diana Mondino, que tenta para atenuar a rivalidade entre o libertário e o petista, será a enviada de Buenos Aires para a conferência convocada pela Ucrânia, e não passará pelo G-7 na Itália. Tanto Milei quanto Lula foram convidados pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, uma das líderes da direita europeia.

Desencontro com Zelenski

A falta de sintonia politica entre Lula e Volodomir Zelenski, presidente ucraniano, ganha mais um capítulo com a rejeição do petista ao pedido da Ucrânia de que ele participasse da conferência de paz no final de semana. As divergências entre os dois começaram, supostamente, após uma saia justa enfrentada pelo presidente brasileiro durante reunião da cúpula em Hiroshima, no Japão, marcada por desencontro entre eles, justificado com versões divergentes até hoje. Os presidentes se reuniriam pessoalmente apenas quatro meses depois, em Nova York, mas se distanciaram publicamente nos últimos meses. O episódio desgastou Lula, cujas ações e discursos vêm sendo lidos por ucranianos e seus aliados ocidentais como gestos em favor da Rússia, o que o presidente nega.

Reuniões preparatórias para a cúpula de 2024, em temas como Segurança Nuclear, Corrupção, Clima e Justiça, deixaram claro que a guerra na Ucrânia continua como a prioridade total do bloco. Autoridades ucranianas participaram das discussões prévias. Uma delas é o uso de ativos russos congelados para financiar a defesa ucraniana. Zelenski é aguardado para uma sessão de discussões sobre a guerra, presencialmente. O programa prevê que ele participe do G-7 nesta quinta-feira, dia 13, enquanto Lula estará na Suíça. Eles, portanto, devem mais uma vez se desencontrar.

Putin e os representantes russos estão totalmente alijados dos debates na Itália e na Suíça. Por isso, Lula esquivou-se de atender ao chamado de Zelenski. No mês passado, o Brasil assinou com a China – principal parceiro estratégico de Moscou – uma proposta de negociação de paz e “desescalada” nos combates que não exige a saída das tropas russas imediatamente e prevê a realização de uma conferência internacional de paz com a garantia da presença de russos e ucranianos.

Sem protagonismo à vista

Em matéria, o Estadão apura que, Lula chegou a discutir com seus assessores a conveniência de ir ou não ao G-7 na Itália. Um ministro e diplomatas ponderam se a viagem valeria a pena e se Lula teria algum protagonismo – por causa do contexto político e das divergências com o que o presidente pensa. No ano passado, ele visitou o país e quase ficou sem ser recebido por Meloni, com quem não possui afinidade política – a reunião foi confirmada de última hora, e depois Lula a elogiou.

Ausentar-se, por outro lado, romperia com uma tradição – o presidente sempre foi às reuniões do G-7 quando convidado – e poderia prejudicar sua postulação por ser uma liderança do Sul Global e servir de ponte com as nações desenvolvidas. A visita prevista por Sergio Mattarella, presidente italiano, em julho e o fato de Lula ser o anfitrião do G-20 acabaram por pesar a favor da ida. Ele deve usar o espaço na Itália para dar sua visão sobre os conflitos em curso e como vê caminhos para a paz nas guerras na Ucrânia e em Gaza, em que os países do G-7 têm se manifestado mais em defesa de Israel, ao contrário do petista. Lula deve abordar tambem os planos do Brasil como presidente do G-20.

“A aliança prevê e espera a participação de todos os países e de todas as lideranças. Há uma expectativa do governo brasileiro de que todos participem, inclusive o Vaticano e o papa”, disse o embaixador Mauricio Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty.

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Advogados de Bolsonaro contratam pareceres de juristas para contestar delação de Cid

Fonte: Bahia.ba
Foto: Isac Nóbrega/PR

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lançou mão de mais uma estratégia para tentar tirá-lo de enroscos na Justiça.

Conforme Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, os advogados decidiram contratar pareceres de juristas para contestar a validade da delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a coluna, o principal argumento a ser usado pelos defensores de Bolsonaro é de que o tenente-coronel estava em condições que prejudicaram o teor voluntário e espontâneo quando firmou a colaboração, condições exigidas pela lei para o acordo.

“É evidente que a colaboração do Cid foi extraída às custas do esgotamento moral dele”, afirmou o advogado Paulo da Cunha Bueno. “É o exemplo mais deficiente de colaboração já feita no Brasil”, acrescentou, ao apontar que Cid ficou preso por quatro meses sem que fosse apresentada uma ação penal contra ele.

A movimentação da defesa de Bolsonaro coincide com o debate na Câmara dos Deputados de um projeto de lei que veda a delação premiada de réus presos. Apesar disso, o advogado diz que sua iniciativa não tem relação com a proposta do Legislativo, embora apoie o projeto.

“Com 11 anos de retorno da colaboração premiada ao nosso sistema jurídico, infelizmente precisamos admitir que o Brasil não está maduro para manter um instrumento tão polêmico quanto este”, defendeu o advogado.

 

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